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Jurado do GNT, Lucas Corazza revela sua combinação favorita na confeitaria: ervas e florais

Por Minha Receita

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Lucas Corazza construiu sua trajetória onde o açúcar exige mais talento do que glamour. Jurado do programa televisivo Que seja doce (e do spin-off Quanto Vale Esse Doce?), do GNT, o confeiteiro paulistano se tornou referência por juntar o domínio das técnicas de confeitaria francesas e a pesquisa dedicada aos ingredientes brasileiros.

Formado na École Nationale Supérieure de la Pâtisserie, na França, e com passagens por cozinhas como as de Alex Atala, Bel Coelho, Henri Schaëfer e Mara Mello, Lucas foi eleito duas vezes Melhor Confeiteiro do Ano pela revista Prazeres da Mesa. Além disso, Lucas Corazza ministra aulas e consultorias centradas no universo da confeitaria – ensinando de noções básicas a marketing pessoal – e lidera a iniciativa Chocólatras Solidários, que promove vendas de doces e reverte o lucro para projetos sociais.

Lucas também reúne mais de 700 mil seguidores nos seus perfis do Instagram e do TikTok, onde compartilha receitas e bastidores de gravações. A seguir, ele revela as memórias afetivas que carrega à mesa, seus rituais na cozinha e os sabores que mais o inspiram.

Que prato te remete à infância e te faz se sentir em casa?

Tenho uma memória afetiva com uma bela carne moída com batata, servidas com arroz branco fresquinho – daquele da vovó, feito com alho, cebola e duas folhas de louro. Ao lado, uma saladinha de couve e repolho só com azeite e limão. Comfort food total para mim!

Como você define a culinária brasileira?

Plural, diversa, com muitos sotaques, um pouco de magia e poucas receitas escritas. A cozinha brasileira acontece por região, bioma e no lar. É lindo vê-la ganhar forma de texto e pratos em restaurantes.

Que ingrediente nunca falta na sua geladeira e por quê?

Limão. O tahiti, verdinho, mesmo. Ele alegra tudo: deixa o arroz e o feijão leves, refresca o chá gelado, marina o frango com alho… limão e pimenta são ingredientes que nunca deixo de ter!

Pode compartilhar um truque de cozinha seu?

Detesto descascar e picar alho porque o cheiro fica na mão. Por isso, costumo cortar a pontinha da cabeça de alho, colocar no microondas por 30 a 45 segundos, e esperar até ficar morno. Aperto o dente de alho e ele sai inteirinho da casca. sem deixar cheiro na mão ao ser picado e sem comprometer a receita. 

Você tem algum ritual antes de começar a cozinhar, ou alguma mania enquanto cozinha?

Acho que tudo nasce no papel. Invisto entre 5 e 10 minutos pra escrever tudo que quero fazer, e isso tira de mim a pressão de lembrar de tudo enquanto cozinho. Na hora de cozinhar gosto de me divertir, e essa listinha me deixa livre pra isso. Tudo que terminei eu risco, e o que ainda falta está a uma olhadinha de distância.

Qual é a trilha sonora ideal para um dia cheio na cozinha?

Minha lista de músicas com brasilidades tem Liniker, Gilsons, Joyce Alane, João Gomes, Silva, Maria Bethânia, Caetano, Luedji Luna, Marina Sena… e assim vai um dia todinho.

Cite uma combinação de sabores inusitada ou pouco usual de que você gosta.

Eu adoro combinar sabores de ervas e florais nos doces. Torta de limão com manjericão, figos com alecrim, baunilha com lavanda.

Se você pudesse cozinhar para qualquer pessoa (viva ou não), quem seria e o que prepararia?  

Meu sonho seria fazer um belo bolo de banana e chocolate para Caetano. Ele me faz bem.

Qual foi a melhor dica ou conselho relacionado ao mundo da gastronomia que já te deram e você carrega até hoje?

Servir bem para servir sempre.

Como você enxerga o futuro da gastronomia brasileira?

A gastronomia brasileira ocupará cada vez mais o mundo. Temos ingredientes, sabores, saberes e fazeres muito especiais e que só têm evoluído. Do queijo ao tucupi, cada vez mais o mundo vê a potência que somos, o que também tem levado esses sabores para os lares brasileiros. É lindo ver a diversidade indo de encontro com a “pavimentação do sabor” imposta pelos ultraprocessados tradicionais. Infelizmente ainda não é para todos, mas é um começo!

Indique três dos seus restaurantes favoritos no Brasil.

Piro no jeito divertido e técnico que tem a comida do Broca, em São Paulo. Também indico a Quina do Futura, em Recife (PE) e o restaurante Dona Suzana, em Salvador (BA).

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